A Associação de Defesa do Consumidor (Deco) publica hoje, na sua revista “Proteste”, os resultados de um estudo aos serviços de Internet que mostra que a maioria dos operadores disponibiliza uma velocidade de download inferior a 50% do publicitado.

Assim, a DECO reivindica, entre outras medidas, que seja criado um regulamento de qualidade e “indicadores para a ligação, impondo um valor médio e mínimo, com base na percentagem da velocidade anunciada. Para cumprir o regulamento, os serviços teriam de respeitar o valor médio. Abaixo do mínimo, o serviço não seria facturado”.

Para a realização deste estudo, a Deco analisou mais de dois milhões de medições e 2700 respostas a um questionário e contou com a colaboração de 12 mil utilizadores de serviços por cabo, ADSL e móveis, que instalaram nos seus computadores um programa de medição da Proteste. Os piores resultados correspondem aos serviços anunciados mais rápidos (entre 12 e 30 Mbps), sendo de menor gravidade nos escalões mais baixos (entre 512 Kbbs e 8 Mbps). As ligações por cabo aproximam-se mais dos valores vendidos e as móveis com os resultados mais distantes do contratado.

O estudo revela ainda que os utilizadores se mostram muito pouco satisfeitos com os operadores, inclusive devido ao “serviço de apoio insatisfatório, contrato confuso e com cláusulas abusivas”. Até ao final de Novembro, o público em geral poderá aceder ao simulador online da Deco Proteste para descobrir qual o fornecedor mais em conta.

Dois estudos idênticos foram realizados pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), um em 2005 e  o outro em 2007,  com conclusões semelhantes ao estudo agora realizado pela Deco. Em três anos, apesar de o número de utilizadores e de fornecedores de Internet ter aumentado, a qualidade terá estagnado. 

Fonte: JN