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Coruche – as acessibilidades e a mobilidade

3 de Janeiro, 2009

A importância dum concelho como o de Coruche depende muito da forma qualitativa como se insere no sistema urbano de proximidade e do modo como se relaciona com os outros territórios.

A demora na concretização das principais vias estruturantes para o concelho, já previstas no Plano Rodoviário Nacional de 1985 (há mais de um quarto de século) principalmente o IC13 e o IC10, fundamentais para a nossa região, muito em particular a variante a Coruche e a correspondente nova travessia sobre o Vale do Sorraia, continuam a alimentar debates, campanhas eleitorais, muita poeira mediática, mas os Coruchenses (e não só) continuam a pagar bem caro a sua ausência. Se olharmos em pormenor para um mapa de estradas, ficamos com a sensação que os Itinerários Principais e Complementares parecem ter-se desviado de propósito do concelho de Coruche.

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A agravar ainda mais esta situação está o facto de, na Lezíria do Tejo, o concelho de Coruche ser o que apresenta a mais baixa taxa de cobertura de transportes coletivos (apenas 55%), o que significa que tem uma população de mais de 10 mil habitantes sem cobertura. Benavente tem 98%, Santarém 90%, enquanto, nos outros concelhos da Lezíria, as percentagens variam entre os 80 e os 95%.
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No que se refere ao relançamento das ligações ferroviárias para passageiros entre Coruche – Setil – Lisboa, não esquecer que, só com a ajuda de soluções complementares engenhosas, como a ligação por miniautocarros a pontos estratégicos (dotados de bons abrigos de passageiros) com estacionamento de viaturas seguro (perto desses abrigos e nas estações) que procure “aproximar” as estações da casa dos cidadãos, só assim se poderá ajudar bastante a revitalizar esse meio de transporte. Esses miniautocarros deverão garantir sempre o transporte de regresso ao local de partida, mesmo quando o meio ferroviário sofra atrasos. No seu circuito, os miniautocarros deverão ter o sistema de  paragem em todos os locais em que sejam solicitados dentro da sua linha e as autarquias locais  deverão aqui contribuir com uma parte.
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Também o sistema fiscal deverá fazer a sua parte, permitindo a dedução fiscal de algumas despesas destes transportes públicos e do estacionamento, especialmente para os trabalhadores.
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Hoje, chegar à Gare do Oriente e a Santa Apolónia, servidas com as ligações de Metro, Rodoviárias (tanto locais como de médio/longo curso), em composições modernas (em tempo aceitável), poderá  ser totalmente diferente do que era aqui há uns anos.
Catálogo Caminhos de ferro em Coruche (Museu Municipal de Coruche)
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É imperioso pugnar também pelo já falado corredor ferroviário entre a península de Setúbal e o Oeste, passando pelos vários concelhos da Lezíria, que ganha agora uma nova acuidade, nomeadamente com a opção do novo aeroporto de Alcochete (agora Montijo).
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Nos tempos que correm, assume cada vez mais importância o aumento dos níveis de mobilidade, nomeadamente uma maior aposta na utilização de meios de transportes públicos (comboios, autocarros) em detrimento do transporte individual, com todos os inconvenientes que ele acarreta.
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Relativamente à Vila de Coruche e zonas envolventes, impõe-se, também aqui, uma maior aposta no circuito de transportes urbanos (movidos com energias mais amigas do ambiente) que parem em todos os locais em que sejam solicitados, dentro da sua linha.
Nota: Este artigo foi escrito em Janeiro de 2009 e teve algumas adaptações em Abril de 2021
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