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Coruche, um gigante adormecido deitado sobre um leito magnífico!

7 de Março, 2011
É sobremaneira reconhecido por nós vivermos num concelho com uma localização geográfica privilegiada, que se revela uma das parcelas do território nacional com maior potencial endógeno. Nele existem não só bons recursos naturais (os melhores solos do país para a produção agrícola, abundância de água, boas condições climatéricas, etc.) como também recursos humanos cujas capacidades são fundamentais para desenvolver um processo de diversificação assente numa efectiva qualidade de vida, assim se promovam efectivamente as condições de fixação e qualificação dos seus quadros e dos cidadãos em geral.
O concelho, em que o Sobreiro é rei e a Cortiça rainha, apresenta uma elevada qualidade ambiental, o que representa um considerável potencial turístico, fundado no património (natural e/ou construído), na cultura, na gastronomia, nos produtos de excelência e no meio ambiente.
Os recursos concelhios naturais e vantagens comparativas naturais constituem riqueza a ser explorada com uma aposta no capital humano e no conhecimento.
É certo que as estatísticas teimam em mostrar um cenário sombrio para a agricultura nacional e o concelho sente também os efeitos dessa regressão, originada por erros de políticas agrícolas nacionais, pelos cortes e políticas socialmente contraditórias da PAC.
Mas este concelho tão grande, tão fértil, com tanto potencial inexplorado, com uma excelente localização, infelizmente, parece estar num sono profundo, tal é a sua hibernação, o desperdício de oportunidades e de recursos (nomeadamente públicos e financeiros). Projectos estruturantes não são realizados, obras são abandonadas a meio, os prazos são constantemente dilatados, verbas avultadas são pagas por trabalhos a mais, grandes indemnizações são despendidas por trabalhos a menos e os quadros de pessoal claramente desajustados em relação a algumas carreiras destes novos tempos.
É preciso reconquistar a massa crítica que por diversas razões tem saído do concelho e conquistar novos empreendedores, novos povoadores.
O nível de exigência dos cidadãos tem de reclamar, pois,  medidas eficazes para a reestruturação e dinamização do tecido produtivo do concelho que permitam adequar o perfil produtivo às condições naturais e às exigências competitivas de um mercado aberto, no respeito pelos valores sociais e equilíbrios ambientais.
Por outro lado, é preciso reclamar mais transparência, uma resposta mais eficiente e célere na administração dos recursos públicos, uma maior racionalidade económica, mais responsabilização dos seus dirigentes.
A sociedade cada vez tolera menos a manutenção do binómio impostos elevados e má aplicação dos recursos públicos.
Não basta a obra nova (importante e necessária), em que os fundos comunitários financiam a sua grande parte, é preciso ir mais além relativamente ao desenvolvimento do potencial humano e empresarial. É urgente criar um ambiente favorável e condições para estimular a criatividade e transformar o conhecimento em inovação ao serviço do desenvolvimento do concelho.
O concelho de Coruche é, no contexto regional, um dos que apresenta uma maior taxa de desemprego (11,4% de acordo com o Censos 2001), apenas superado por Salvaterra de Magos (11,9%), bastante longe da média que em 2001 era de 8,1% na zona Lezíria do Tejo. Trata-se sobretudo de desempregados à procura de novo emprego (na faixa dos 35/54 anos) e de pessoas que procuram o primeiro emprego, o que é um sinal revelador do fraco dinamismo económico e empresarial do concelho, traduzido pelas dificuldades em gerar postos de trabalho. Relativamente ao desemprego, todos sabemos que, em 2008, a situação não está melhor bem pelo contrário.
Da evolução demográfica recente, assumem-se como aspectos mais preocupantes a tendência evidente de envelhecimento demográfico, a perda de população, o abandono da população jovem e o encerramento de escolas.
Também preocupantes são os baixos níveis de escolaridade e de qualificação profissional da população residente no concelho, onde a taxa de analfabetismo é superior à média nacional (perto dos 22% nos censos de 2001).
Coruche é, ao contrário do que alguns apregoam, um concelho com problemas de depressão social, envelhecido e economicamente deprimido.
O atraso no arranque das vias estruturantes, principalmente o IC13 e o IC10, fundamentais para a região, muito em particular a variante a Coruche e a correspondente nova travessia sobre o Vale do Sorraiaa não concretização do Parque de Negócios, o encerramento da Zona Agrária de Coruche, as dificuldades colocadas à DAI pela liquidação da cultura da beterraba açucareira e o abandono da realização da Feira das Actividades Económicas são também sinais reveladores de que as coisas não vão bem.
Se olharmos em pormenor para um mapa de estradas, ficamos com a sensação que os Itinerários Principais e Complementares parecem ter-se desviado de propósito do concelho de Coruche.
Feira de Actividades Económicas

Para além da programação que apresentam e da projecção inegável que desfrutam, as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo têm que ajudar, de modo mais significativo, para a promoção do desenvolvimento económico, social, tecnológico, ambiental e turístico do nosso concelho.
Como tal, têm de passar a integrar também a componente de Feira de Actividades Económicas, diversificar e alargar a sua base de financiamento e apoiar-se, como é evidente, nos modernos meios promocionais das Tecnologias da Comunicação e Informação (exemplo: site promocional específico.Um caminho só possível de percorrer com a participação e envolvimento dos agentes económicos, das instituições e da população.
Coruche deveria aproveitar a dinâmica das Festas como via potenciadora noutros domínios!

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